terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Encolhida em mim

Hoje,
encolhida num mar de edredon,
a cama não me soltava,
pensamentos me prendiam
na intenção de dizer não.

A cama vazia de gente
comigo dentro e os pensamentos não me livravam daquilo ali.
Eis que surge uma energia, não se sabe de onde e diz:
levanta e vai!

A cama acolhedora
e eu encolhida com meus problemas,
e só, e sempre,
e encolhida, e só.
De um lado, solidão que me prendia,
de outro, energia e eu me rendia.

Levanto com vontade!
É preciso fazer algo.
Meu corpo não se predispõe,
meus pensamentos contraditórios.
Mas, o dinheiro desejado é o que me move dali.

Não mais encolhida.
Agora, recolhida em mim mesma,
não quero sair daqui.
Por enquanto, no momento de um tanto de reflexões,
discuto comigo mesma se não seria melhor fugir assim.

O que me toca é diferente,
não toca em você como toca em mim.
Toca como um punhal no peito,
e você não se toca que está chegando ao fim.

De volta ao mundo,
questiono se o mundo é de todos, menos meu.
Concluo que eu sou de um mundo só, só eu.
Recolhida do mundo dos outros, encolhida em mim,
busco uma resposta, no fundo, que me traga o meu Orfeu.

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